terça-feira, 30 de novembro de 2010

Entre nós...

Há cerca de um mês a autora do programa "Entre nós" da Rádio Terra Quente  gravou uma entrevista com a minha pessoa. Histórias de vida, deveria ser o  tema central; no entanto, acabou por ser mais uma agradável conversa, não seguindo, de todo, uma linha cronológica...
Pedi hoje a gravação, tinha curiosidade em saber o que dissera, antes do programa ir para o ar. Escrevo este breve post, ouvindo-a...
O que falei! Tratei o microfone por tu visto ter-se tornado, de há alguns anos para cá um objecto familiar,  fazendo parte do meu pequeno círculo de conectividade, sempre que para tal sou solicitada.
Prometi, a algumas pessoas,  que divulgaria o dia em que a entrevista fosse para o ar. Pois bem, é já mais logo. terça-feira , dia 30, às 19h. Repete, quarta-feira, às 10:00. Contudo, ao longo de uma semana estará disponível em podcast...É só pesquisar...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Onde mora a emoção?


Toda a gente a define.
Muita gente a indefine.
Retiram a carga tremenda,
alojada no coração.
Ou será na mente?
Dizem que nesta
está, a razão.
 
Não sei, não!

Basta uma palavra,
ou um gesto,
ou um objecto evocativo,
ou a imagem construída
de um sentimento.

Onde mora a emoção,
se a palavra está na mente
e o sentimento no coração?

Alguém encolhe os ombros
(Não quer pensar muito).
Não responde,
quer aproveitar a vida!
(Gostava de saber como...)
Que vida,
se ela somos nós,
os outros
-reais, imaginários,
impossíveis, fantásticos.
Mágicos!
Sem varinha de condão.
Com habilidade suprema
de tocar com a mão,
uma invisibilidade
que nossos olhos vêem...
Mas outros não!

sábado, 27 de novembro de 2010

Sim, bem sabemos, mas...

O título pode ser o início, o mote, como queiram, mas não passa de um título risível, soando a hipocrisia.
Na verdade, o mundo dos menos capazes é quase um submundo, permanecendo muitos à tona da água, apenas pelo boa vontade de pessoas que se dedicam a causas como a das Associações ligadas a crianças e jovens diminuídos ou portadores de uma enfermidade que os impedem de ser iguais aos ditos normais.
Temos um Estado social...Sim, temos, mas ainda no limiar da Idade Média, se quisermos fazer uma comparação com a clássica classificação da História da Humanidade. Depois (ou primeiro) está uma alma familiar (e prefiro dizer alma a pessoa) que carrega todo o peso do mundo: o seu, o do(a) seu/sua menino(a), a impotência perante respostas sociais e, talvez, o pior, a indiferença de tanto(a)s que têm responsabilidades sociais, mas , sobretudo humanas...
Não faço apelos só porque se aproxima uma época em que se verifica uma overdose destes actos ...Seria um insulto à dignidade dessas pessoas. Há ONG´S que disso se ocupam...
Reflicto e busco nestes exemplos (como o do vídeo), o ânimo que sinto faltar-me, cada vez mais, quando observo a placidez com que se executam tarefas que têm carácter de urgência!
Se vamos à urgência hospital quando dela absolutamente precisamos, adiamo-la? 
Obviamente que não...

Este filme devia ser passado no céu pra que todo o mundo o pudesse ver...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Evanescence - My immortal LIVE ! (TRADUZIDO)

Curta mensagem

"Parabéns pelo blog. Textos fantásticos.
um abraço."

Tinha esta mensagem na caixa de mensagens do FB. A autora pediu amizade e concedeu um pouco do seu tempo à minha modesta pessoa, incentivando (-me) a mais textos...
Entre o surpreendida e a degustação da missiva, fui respondendo ao pedido e à mensagem.
Pensava também no que venho dizendo sobre o poder mágico das palavras, adicionando-lhes a melodia da voz, quando  pronunciadas e tocando as pessoas quando as amamos, não importando o grau de intimidade que lhes devotamos.
Surpreende (-me) este mundo, dito virtual...
Já escrevi antes: nunca estamos sós porque as palavras mobilam a nossa mente com móveis únicos,  baratos, feitos à medida da necessidade do desenvolvimento da mente e ainda por cima, quem nos lê frui as mensagens, reinventando-as, alugando-as para aqueles momentos de lazer...
Hoje, o mínimo que posso fazer é escrever especialmente, embora tarde, para a autora da mensagem. Obrigada... :)
( Já agora, não receiem comentar; enriquecem o texto de partida, acrescentam novos episódios...São parceiros destes escritos...)

De eu para mim

Convoquei os espíritos
e as forças do mal!
Esconjuro-te!
Sonho maldito.
Expurgo-te,
do meu sentido.

Desejo desejado.
Obsessivamente, pensado.
Inundando todo o espaço,
tornando-se senhor
de um reino
que não lhe pertence.
Ladrão de outros sentires.
Esvaziaste a casa
e a minha pertença,
a objectos do dia a dia.
Não sei já onde moro,
perdi a identidade,
algures, em qualquer lugar.
Redobrei a dignidade!
De novo, pura,
Dou vivas à liberdade.

Apenas um apêndice:
nada se faz sem dor,
física ou mental.
Nada é preto ou branco.
Apenas o sábio pinta,
no manto,
da vida em retalhos,
A sapiência da cor.
  OF 04-08-10

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Encontro

Segue apressada, aliás como sempre. Contudo não se alheia. Habituada que está a supervisionar com os olhos, estes já se se acostumaram  a movimentos discretos mas irrequietos.
Detém-se em alguém que parece cambaleante, apenas à distância. Mais perto, apercebe-se de alguém que caminha com passos bem marcantes, parecendo querer agarrar-se a um chão, ao chão que pisa naquele momento. Por instantes, pergunta-se "terá outro?"
Que mania tem: parece curiosidade, mas não; há coisas que a emocionam, naquele sentido de apreender o que está por detrás de um gesto, de um sorriso, de uma frase, de uma imagem...a evocação é um estado tão latente naquele corpo que alberga uma mente inquieta, que quase sente uma dor continuada, fina, a precisar, talvez, de cuidados continuados!!!
- Olá, já não me conhece?
Cumprimentam-se de beijinho...
- A tua cara é-me  familiar, esses olhinhos...Mas...Desculpa, vocês crescem...
- Não se preocupe...Sou a ...
- Como pude não te reconhecer logo, imperdoável...Estás linda, bem, já eras... Conta, o que tens feito?
Sorriu...Um baque, não soube porquê...
- Bem, coisas boas e outras menos boas...Um dia, falarei consigo, tenho-a tão presente na minha memória de criança...
- Claro, será um prazer...
Despediu-se, rapidamente "tenho hora marcada", acrescentou...
Não precisou de olhar para onde se dirigia. O local, a direcção que tomou, deu razão ao baque que sentira. Como é possível, como foi possível... Ficou estonteante de tantas perguntas retóricas e culpas sociais.
Seguiu caminho, agora cambaleando por um atordoamento real...Afinal era o seu território e, se calhar, não fizera tudo o que devia ter feito...
Cresceu em determinação: será ainda mais contundente, não perdoará a quem adie o futuro de quem quer que seja...
Não sorriu. O semblante carregou-se e a raiva tomou-a por inteiro...
OF

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Corpo e alma



É preciso gritar,
a plenos pulmões,
sem sermões pelo meio
que o peito encerra
Segredos.
Em caixa dourada,
pintada de anjos da guarda.

Nas suas asas,
em manto branco envolta,
refugio meu corpo
-arrepiado-
num céu enevoado.
Não de chuva.
Não de vento.
Não de sol...
Como um catavento,
girando à procura do sonho,
perdido
em mundo medonho
de conflitos
e desencontros.
De silêncios magoados.
De perdas amputadas,
a almas.
Em utopia, transformadas.

Hoje, uma alma abençoada,
apanhada
em rede de afectividade.
no corpo arrepiado
entrou, de mansinho.
E aí fez seu ninho.
Espantado
de tão nobre visita.

Abriu-se em flor tardia.
E assim se quedou:
recebeu a chuva, o vento, o sol,
os elementos da Natureza!
Ensopando-se,
na sua própria natureza!

Descobriu-se afinal!
E os olhos, de tanto espanto,
soltaram-se
por aí, em dias claros.
À noite,
recolheu-se.
Em escuro lugar,
apenas para descansar
do sonho não encontrado.
E retomar outro sonho
que está a ser sonhado.
Pelo corpo arrepiado.
OF  21-09-2010
http://www.facebook.com/photo.php?fbid=168763836477532&set=o.106453582746141

Diálogo ou monólogo?

- Aconteceu...
- Como?
- Não, fez-se acontecer...
- Estás louco?
- Talvez...Não!
- Então?
- Solidão, talvez!
- Tantas dúvidas...E certezas?
- Nenhumas...Não as quero!
- Porquê?
- E para quê?
- Pois, tens razão...Certezas...Também não as tenho já...
- Também tens dúvidas?
- A cada momento...Não, sempre! Engraçado, mas sou assertiva para os outros!
- Sim, diz...Como fazes?
- Sei lá! É o momento, a pessoa que olho nos olhos, inspiração, amparo...
- Ah! Amparo é o contrário de solidão, acho eu. Concordas?
- Já que falas nisso, sim, concordo. Gosto mais do que apoio. Está tão banalizada esta palavra... Apoio psicológico, apoio educativo, apoio financeiro, apoio comunitário... Vou riscá-la do meu idiolecto!
- ???
- Características próprias de cada falante...
- Ah, tu e as tuas linguísticas!
- Amparo, giro, até é nome de pessoa. Conheces alguém que se chame Apoio?
- Fazes-me rir, do que te lembras!
- É isso, já sei a resposta...Amparo, era o que tu querias...
- Sim, mas não só.
- Então?
-Precisamos abraçar...Se abraçamos objectivos, causas...
- Verdade!
- Então por que não devemos abraçar as pessoas!?
Calei-me... Fitei aquele rosto de olhar alheado mas sorridente e assim me quedei também...

OF 14-11-2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Boa noite!

Hoje até queria escrever um texto de arrasar...

Mas andei enrolada com outras coisas, onde as palavras foram mais necessárias...
Há, tarefas inadiáveis...
Há momentos imperdíveis...
Há pessoas inesquecíveis...
Há palavras indescritíveis!!!

OBRIGADA!!! Durmam bem :)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Juro que...

Juro que não pretendia postar nada no blogue...
Já tinha escrito uns tags atrasados, exigindo-me ENORME concentração mental...
Já tinha feito umas diligências com carácter de urgência, prolongando-se até à noite...
Já tinha "mimado" amig@s, prestando-lhes a atenção devida...
Raios, então por que razão não resisti ao apelo de escolher uma imagem querida da infância, lançado no face, levando-me até a postar um vídeo da Heidi?
Bolas, que motivação ainda para postar no blogue uma curta metragem que me enviaram por mail e que pretendo divulgar por alguns contactos?
Tudo tem um fio condutor: a conexão, o AMPARO de que todos precisamos...
A MENSAGEM expressa-se em poucas palavras: crescemos, porque sim, mas amamos (-nos) porque desde tenra idade aprendemos que só crescemos verdadeiramente pela (e por) afectividade. Sejamos honestos! Sem isso somos todos uns "sem-abrigo", iguais aos que vivem (ainda que queiramos desviar o olhar) por aí, na rua, enrolados na sua fragilidade...

MOMENTOS

Heidi - Versão Original RTP

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Desistir? Hum...

Se tivesse escrito este texto ontem (reportando-me a 2.ª  feira) – como queria –  seria bem diferente! Mas estava cansada...Afinal os dias cheios de trabalho, terrivelmente trabalhosos emocionalmente, deixam-nos literalmente no tapete (não, ainda não preciso do divã do terapeuta!!!).
Por um lado, recheado de peripécias gratificantes (as aulas ainda me entusiasmam...), a par de ter feito uma videoconferência para o Brasil – S. Paulo, a convite da Sílvia, sobre o meu processo criativo em termos de poesia, ouvindo ler e comentar um poema meu postado no blogue, com alunos de 11/12 anos...Fantástico!
“Como é que tem estas ideias? – foi uma das perguntas...
Uma menina sentia-se próxima, estava no Brasil há ano e meio, provinha de Oeiras...Conheço...Outra proximidade..
Por isso e por aquilo que não escrevo mas que me fizeste sentir, OBRIGADA amiga !
Por outro lado, a tarde, embora me devesse deixar o meu EU ainda mais rico, foi terrivelmente desgastante. Não me alegrei por ter contribuído para o alívio imediato de uma sobrevivente marcada para a vida. Não sorri sequer interiormente. Não deixei de pensar naquele rosto, de olhar mortiço, mas cor de mar. Não...Tantos nãos! Ela é a Humanidade que está encoberta porque se desvia o olhar. Ela é a parte fraca perante uma cultura machista que ainda se desculpa. Ela é apenas um ser andante, sem alma, sobrevive porque há órgãos físicos que funcionam. Um arremesso de pessoa... Fiz um poema, impunha-se...
Colou-se a sua tristeza à minha. Alargou-se o buraco do vazio que sei que carrego. Já me aceitei, já te aceitei como amigo...e como somos inseparáveis!
Mas hoje (referindo-me a 3.ª feira), escrevo alargando o meu horizonte, já de si atulhado de questionamentos, reflexões, contradições...Uma caldeirada de palavras que parecem já não ter muito sentido. Estamos a gastá-las a desbaratá-las...E quando voltarmos a precisar delas? Estarão tão fraquinhas que precisaremos de mais derivadas e compostas... É que a leitura de um post abanou-me de tal modo que reagi, instintivamente...Não é um post qualquer, chega a ser quase indecifrável. É grito, revolta, acutilante, desafiador, metafísico, silogístico, com laivos de uma escola filosófica.
Merecia um texto  (não sei se condigno), mas um TEXTO...
Há palavras, sobretudo verbos, que NÃO QUERO USAR, a não ser no sentido de acção...DESISTIR? Nunca! A VIDA deixa-nos desistir? Engana-se quem assim pensa! Vivemos porque não desistimos de nós e dos outros. Vivemos porque não desistimos do futuro. Vivemos  porque o presente se impõe. Vivemos e importamo-nos! Ora vamos lá assumir que afinal até somos cobardes! Queremos viver (ou gostaríamos)...à nossa maneira!  Apenas isto....
Eu não desisto.
Reticências...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Divagações

Sonhei,
todos os sonhos fantásticos.
Afoguei,
os pesadelos insinuantes.
Embarquei,
em navios imaginários
atracados em portos de nuvens.

Procurei,
os enamoramentos possíveis,
em coisas, pessoas e demais seres
que encontrei,
alojados no irreal
de um palco teatral.

Dancei,
as danças estranhas,
com pares desfocados.
Não captei,
os rostos enigmáticos.
Não decifrei,
a simbologia das máscaras...

Mas sei.
Carregavam tragédias gregas.
Não me importei,
também as afoguei
em tumbas romanas.
Casam bem, estas culturas!

Então continuei...

Perfurei,
montanhas de papel colorido.
Enfeitei,
os cabelos emaranhados,
com flores multicolores.

Regressei,
a bailes de músicas celestiais.
Surreais.

Amei,
os seres invisíveis...
Pousei,
meu olhar errante
e não o desviei
das lágrimas que caíam,
daquela fonte,
semelhante a um mar.
Envolta em bruma,
a pairar.

Aproximei,
os lábios sequiosos.
Toquei,
um mármore desfalecido.

Abracei,
alguém perdido,
e reencontrei
O colo amigo.
Depois,
já não sei.
Tudo se tornou apetecido!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Espanto meu...

O título lembra Camões, mas apenas o título...
Halloween (este ano não houve farinha cá pelos meus lados...), algumas festas, animação num quotidiano, frequentemente, fastidioso. Cheguei a casa, entrando já no feriado. Não tinha intenção de abrir sequer o blogue (afinal ainda não é assim tão tarde). O mail, sim. Sabia  que algo de belo lá estaria para ler mas ficar-me-ia pela leitura...Responderia mais tarde. Mas espanto meu, não faço anos mas que bela prenda me ofereceste. Quero lá saber da "afinação" das cores ou outra coisa qualquer, neste momento. Gostes ou não vou postar aqui uma dessas prendas (até poria as duas, são ambas belas...).

OBRIGADA!!!
Está tudo dito... Ah, falta um abraço...Sente-o!
(Este poema "SE" está já no blogue, é só procurar, se interessar...)

http://portate-mal.blogspot.com/2010/04/hoje-apenas-um-meus-eu.html

 Nota: decidi colocar o link...Afinal a Nina tem razão - depois de ler o comentário -, evita andar a percorrer o blogue (segunda, 01-11-11, 12:09)