domingo, 13 de fevereiro de 2011

Repouso


Sorrindo,
ar envergonhado,
deixo-te aproximar
e afagar,
alguns fios de cabelo,
emaranhados
em caracóis,
repousados
nos ombros desnudados.

Aconchegando
a écharpe descaída,
tapando esse nu
descuidado,
afasto-me
da tentação
de aproximar
os dedos ansiosos
e mergulhar
nos lisos
escorregadios
de um cabelo farto.

Fitando
os olhos cerrados,
magnetizados
pelo teu sentir
solto a mão,
ficando inerte
um instante
em momento de ilusão…

E em pura fantasia
espraio-me
em verdes
atapetando
um chão
exalando odores,
quentes,
após chuva de Verão!

OF  22-01-2011

5 comentários:

  1. Prezada Doce poetisa, aspirei aqui fragrância ímpar.
    Minha Eminência ainda está inebriada!

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  2. Caro senhor...
    Sim, já aceito o "cognome" de poetisa...
    As fragâncias brotam das palavras habilmente semeadas em versos que, de facto, exalam odores!

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  3. E eu sorrio...mais uma vez.
    Gosto da forma como se solta, a nossa poetisa.:)
    bji gde

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  4. Que bom, sorrires. O sorriso transparece o que nos vai na alma...
    O "soltar" é lógico no processo de criação, senão não haveria arte!
    (Não significa que eu seja uma artista, sou apenas uma pessoa que tem algo a dizer, com a ferramenta que conhece - a palavra.)
    Obg, querida Bjo :)

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  5. E isso é o quê, meu doce?
    ARTE!:)
    bji gde, querida.

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