quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Cúmplice do meu estar


Não há um longe.
Nem um perto.
Tão pouco uma mediana distância
entre todo o meu ser pensamento
e o tu, totalidade do momento.

Consigo apalpar a serenidade
na casa do meu olhar,
mobilada de palavras,
resplandecente de sentires,
recatada na cumplicidade
do musical que deixaste
gravado, no adeus da saudade.

Levas-me no vermelho labial,
sugado que foi o meu odor,
aspirado no doce sabor
de um arroubo cúmplice
do amor consentido.
- Como dança tribal.
- Fogo ateado em ritual crendice.

Tudo deixa de ter sentido,
o ser, o estar, o amar,
se no olhar travestido
a cumplicidade perdida
se aloja na distância lunar.

OF -  27-11-13
Foto – Autor desconhecido

8 comentários:

  1. a mediana distancia que separa a eternidade da saudade

    bjo amigo

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  2. Encontrar essa mediana é para poucos!
    Beijuuss

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  3. Oi, Odete!
    Momentos que ficam na saudade.
    Se foram bons, então!
    Que bom ter do que lembrar!!
    Boa semana!!
    Beijus,

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  4. Belíssimo e profundo!!

    Eu senti este teu magnifico poema, como transcorrendo

    numa unidade do sentir e da razão em aliança da

    dança da cumplicidade (a dois) que se faz solar

    e numa quebra

    o adeus

    a saudade vestida

    na distância lunar refletida...

    Beijo no teu lindo coração!

    PS: Quero expressar a minha emoção grata de ser tão

    bem compreendida poeticamente por ti, amiga querida...

    Os teus comentários são belos,profundos,generosos e

    imprescindíveis,que os guardo profundamente na minha alma...

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  5. Belo e profundo poema...Espectacular....
    Se não conheço os mapas,
    escolho o imprevisto:
    qualquer sinal é um bom presságio.
    ~Lya Luft

    Cumprimentos

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  6. Não sei a que distância fica o pensamento, mas há uma cumplicidade perdida na saudade onde mora a melodia.
    Admirável, amiga Odete!
    Beijinho.

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  7. É impressionante a construção de imagens que fazes com as palavras.
    Quando for grande gostava de escrever como tu...
    Beijinhos, minha adorada poeta.

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  8. wow! obra prima este texto...ja perdido no tempo...lindo!

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