sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Há momentos que...

Há momentos que nos abalam como rajadas fortes de um vendaval. Depois é preciso tempo para reparar os estragos. É nesses "estragos invisíveis" que tenho aplicado muito do meu tempo nestes últimos dias. Hoje foi mais um dia em que tive de repor algumas coisas no seu lugar. Quando uma pessoa querida parte, há que organizar a sua memória. Como se de um museu vivo se tratasse. Afinal é a nossa identidade que está em causa... A saudade também se coisifica: nos objetos, nos papéis, nas notas manuscritas...
A ausência é apenas física. A presença ficará nos espaços, no tempo da nossa memória, nas diligências formais. Gosto destes gestos. Sou apenas a sua procuradora. No céu tudo é imaterial. E é só por isso que a saudade não é para mim somente um nome abstrato...

Obrigada por tantos gestos de carinho...

Odete Ferreira, 07-11-13

1 comentário:

  1. Querida Odete,

    "Quando uma pessoa querida parte,há que organizar a sua memória."

    Isso mesmo, precisa de tempo e espaço interior para esse

    processo único,dolorido e necessário...

    Muita luz e paz num abraço meu em tua alma, amiga!

    ResponderEliminar