terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Um diferente 2014 ou um 2014 diferente... A escolha é tua!

Pintura de Hu JunDi

“Achas que devo?”. Mais do que uma pergunta era quase um ato ilocutório, idêntico a um qualquer cumprimento. Devolveu-me um olhar intrigado. Apressei-me a acrescentar “Escrever um poema ou um textito alusivo ao ano que se aproxima…”.
“Precisamente porque se trata de mais um degrau na passagem pela vida que conhecemos, é que tens a obrigação de escrever. Penso mesmo que ninguém te perdoaria se não o fizesses. Sabes como é, habituaste-nos…”
“Mas conheces-me! Não sou hipócrita. E, sobretudo neste tempo de realidades que me indignam, neste tempo em que, cada vez mais, o aniquilamento da dignidade de tanto ser humano me remete para o receio  de um retrocesso irrecuperável, revestindo de trevas agoirentas as almas de boa vontade…”.
Um longo e pesado silêncio. Não era assunto novo nas nossas conversas.
“Talvez por isso mesmo. Escreve sobre isso. Afinal será mais um um alerta para que, cada um de nós tenha essa consciência, a capacidade de   entendimento para não se deixar manipular. Que convoquemos a nossa força interior e façamos em cada dia de 2014 a diferença…”
“A diferença de ser diferente perante a indiferença dos falsos profetas”, atalhei antes que a hora do entardecer embrumado me fizesse desaparecer na batalha que só estava marcada para depois da meia-noite de 31 de dezembro.
Despedimo-nos. E, pelo sim, pelo não, acabamos por nos desejar  um ótimo 2014, quase impercetível pelas gargalhadas saídas do olhar de infinitos sonhos aconchegados no azul celestial…

Odete Ferreira, num momento em que (vos) desejo passadeiras vermelhas em todos os momentos do ano marcado no calendário, desfilando de cabeça erguida e olhos piscando a estrela alojada em passos de bailarina.
30-12-2013

domingo, 22 de dezembro de 2013

Talvez os mistérios residam aí

Esvazio vivências e memórias.
Dispo o pestilento pessimismo
guardo-o entre roupas primaveris.
Afinal é época de Natal!
Quero vestir o sorriso de otimismo
com pétalas de flores coloridas.
Renascer no sentido poético,
pensar-me no amanhã do sonho,
brilho da estrela guia do caminho.

Preencher os vazios
de noites pesadelo
que marcam rostos aflitos.
Aquecer gélidos arrepios
Esgares retorcidos
de vidas sofridas.
Esfumar sonhos desfeitos.
Partilhar meu afeto renascido.
Chamar para a VIDA
o Tempo da imortalidade,
num rosto angélico cinzelado.

                               Crença.
                         Esperança.
                             Amizade.
                       Fraternidade.
Símbolos de imaterialidade.
                   Alma peregrina
                         luz invisível
                    gesto do afago
                         beijo de sol
oferenda afortunada de mim.
Procura-a algures no teu jardim.
Talvez os mistérios residam aí…

OF (Odete Ferreira) -  21-12-13
Pintura, Johannes Vermeer “Rapariga com brinco de pérola”

Talvez os mistérios residam aí…Neste poema, não o parecendo, seguem os votos de uma quadra vivida em harmonia. Do amanhã, antecipamos os sonhos.
E, sabes, gosto de (te) sorrir… :) <3

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Natal, magia menina

Tempo ansiado,

antecipado
em nós o tempo.
Dias mágicos,
laboriosos em terra de fantasia,
neve que a envolvia…
Trenós, renas
o Natal que me tomava
na pureza de menina.
Entre sonho e realidade,
era do sonho a primazia…
No inverno esbranquiçado,
onde o olhar se extravia,
mano e demais família,
o musgo perfumado
em cesto de carinho forrado
era cuidadosamente depositado.
Não fosse haver algum espinho
que ferisse o Deus Menino.
Na volta escolhia-se o pinheirinho.
Como desfile de moda,
alvo de reparos na forma e estilo,
sacrificava a vida,
doando-se a nova casa
de risos pueris enfeitada.
(As cercanias sorriam.
Habituadas ao correr manso do tempo,
estas visitas de braços abertos acolhiam).
A mãe afadigava-se
com os vapores enevoada,
aspirando apetitosos odores,
ignorava os leves queixumes
da mesa grávida dos doces
que sabiamente confecionava.
Depois, ah, depois…
Olhos gulosos famintos
debicavam as iguarias,
pratos tradicionais saboreados
numa sinfonia orquestrada.
Era o momento de conversa partilhada…
E num serão onde a lareira era rainha,
jogava-se ao rapa e pião.
Em contentamento desmedido
amontoava-se o quinhão.
Éramos ricos.
Paladares e falares
únicos.
União…

OF -  15-12-13
Foto – Autor desconhecido

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Momento(s) XVI


Frio
-----gélido
pingando das copas das árvores
e do nariz das gentes incómodas.

O rio
------esse lugar de frescura
------dos cios enlouquecidos
abranda a correnteza
nesta preguiça gelada.

O céu
--------que adivinho azul
--------em outras paragens
teceu um mar cinzento
de nevoeiro que (nos) imola
no fogo crepitante do lume fumegante.

E eu
------que me atrevi e saí
------sentindo o que não vi
desafio dezembro em dia cinzento.

OF, 07-12-13

sábado, 7 de dezembro de 2013

U2 - Ordinary Love (From Mandela OST) Lyric Video

U2 
Ordinary Love  (Tradução)

O mar quer beijar a costa dourada 
A luz do sol aquece a sua pele 
Toda a beleza que já foi perdida antes 
Quer nos encontrar novamente 

Não consigo mais lutar contra você 
É por você que eu estou lutando 
O mar atira pedras 
Mas o tempo, nos deixa pedras lapidadas 

Não podemos mais nos apaixonar 
Se não podemos sentir um amor simples 
E não podemos alcançar outro nível 
Se não podemos lidar com um simples amor 

Os pássaros voam bem alto no céu do verão 
E descansam na brisa 
O mesmo vento cuidará de você e de mim 
Construiremos nossas casas nas árvores 

Seu coração está na minha manga 
Você o colocou lá com um marcador de magia? 
Por anos eu acreditei 
Que o mundo pudesse levá-lo embora 

Porque não podemos mais nos apaixonar 
Se não podemos sentir um amor simples 
E não podemos alcançar outro nível 
Se não podemos lidar com um simples amor 

Somos fortes o suficiente 
Para um amor simples? 

Não podemos mais nos apaixonar 
Se não podemos sentir um amor simples 
E não podemos alcançar outro nível 
Se não podemos lidar com um simples amor 

Não podemos mais nos apaixonar 
Se não podemos sentir um amor simples 
E não podemos alcançar outro nível 
Se não podemos lidar com um simples amor

Já tudo foi dito (e muito bem dito) sobre um ser especial. Acompanhei reportagens, debates e não me cansei de aprofundar conhecimento sobre esse ser e o seu percurso. Eu nada acrescentaria que fosse relevante. Apenas isto: oxalá surjam mais seres que se lhe assemelhem. O mundo ficaria mais iluminado com estrelas de luz própria por aí... Obrigada, Nelson Mandela

Odete Ferreira, num dia especialmente emotivo...