terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Desequilíbrio(s)




Montanhas esquálidas
roubados que foram seus tufos.
Desapegos de homens insanos
violaram suas entranhas
e o verde esperança que no olhar trazia.

A sombra habitual companhia,
imolada em vão sacrifício,
breve será espécie em extinção
o rei sol perderá alguma frescura.

Peregrino sem destino,
num desatino caminhar,
sossegará em anoiteceres
de mares que esperam,
em pousio, o brilho da luz lunar.

Desacertado está o horário biológico
de uma natureza indefesa
desapossada de equilíbrio emocional.
Destroi pertences e legados
que numa guerra desigual
deles foi espoliada.

Mas tu, ser humano,
da tua inglória supremacia
fazes bandeira de conquista
e reconstrois, em visão meramente egoísta,
cuidando ser apenas teu este nosso mundo.

OF -  12-01-14
Foto – Autor desconhecido

9 comentários:

  1. O homem é um predador eternamente insatisfeito.
    (Versos sempre actuais)

    Beijo :)

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  2. O homem,um invasor cruel perante a natureza,uma ganância de possuir,

    consumir e destruir.Sem olhar para trás e totalmente desprovido do

    sentir de unidade,harmonia e equilíbrio.

    Estes desequilíbrios humanos varrendo a mãe-terra,escurecendo

    o verde e petrificando a luminosidade. Modificando as paisagens ( obras

    de artes vivas) em "desertos" mortos e esquecidos.

    Amiga,magistralmente este teu poema registra um grito de alerta,

    de denúncia inscrito pela sensibilidade rara, de quem chora pela

    natureza assassinada a cada instante. Esta indignação e este

    choro também me pertencem.

    Adorei a expressão espacial dos teus versos,uma originalidade

    plástica. Como um "florestamento" poético diante dos abusos

    devastadores da humanidade.

    Adorei!!

    Grata por este momento,amiga...

    Beijinhos.

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  3. Esta natureza destruidora, predadora do homem, de ir sempre além dos limites, demonstra o quanto ainda temos que aprender e do quanto somos imensas partículas inferiores no complexo sistema de Gaia.

    Obrigada pelo alerta tão necessário!

    Beijos!

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  4. Minha querida

    Infelizmente o homem destrói tudo em que toca. Um poema muito verdadeiro.

    Um beijinho com carinho e obrigada pela visita carinhosa
    Sonhadora

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  5. Olá amiga, infelizmente o homem destrói tudo por onde passa. Um poema que de tão verdadeiro até dói. Obrigada pelo carinho no meu canto. Os seus comentários ficaram sim. Beijos com carinho

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  6. Oi, Odete!
    Quando tudo perecer e o sol "Peregrino sem destino" seguir seu curso, não estaremos mais aqui para lastimar a nossa insanidade. Mas talvez esse seja mesmo o destino das almas... Dizem que o homem está entre os próximos animais a serem extintos. Por agora, vou tentando em pequenas atitudes sanar a minha consciência, em contrapartida vejo a resposta da natureza - que trabalha em silêncio estocando a sua fúria.
    Coisas ruins não acontecem somente na casa do vizinho!
    Bom fim de semana!!
    Beijus,

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  7. O Homem destrói e, depois disso, quase sempre é incapaz de reconhecer o erro, e, quando o faz, não tem planos para a regeneração. Os incêndios serão o exemplo mais gritante.
    Curiosamente, tenta resistir à natureza na orla costeira, investindo muito dinheiro numa frente que vamos perder, porque o mar tem sempre razão. Reconhecer a derrota e recuar, muitas vezes, é um sinal de inteligência...
    Voltando ao teu poema, é excelente. As tuas palavras encantam-me sempre.
    Odete, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
    Beijo.

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  8. O ciclo do egoísmo é devastador, e nem as ondas de destruição estão desenfreando a ambição humana! abraços

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  9. “Cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. Surdo é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão.”
    ~MÁRIO QUINTANA

    Cumprimentos

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